quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Arendt & Heidegger (Por Paulo Francis)




Amor de... Sempre fica. É a explicação mais óbvia da paixão de Hannah Arendt por Martin Heidegger, de uma atraente aluna, virgem de 18 anos, pelo seu professor "feiticeiro", intelectualmente, de 35 anos, Heidegger, o filósofo que consolidou a filosofia existencial, nas pegadas de Kierkegaard. Desde Kant não se acreditava numa filosofia que fosse centrada na criatura humana, porque Kant demonstrou a incompatibilidade do nosso ser com o mundo material. Heidegger tentou restabelecer o "eu", como protagonista. Foi nazista, mas não há na sua obra uma única linha de racismo biológico, nota George Steiner no "Times Literary Supplement". Nazismo para ele era uma volta às raízes naturais do homem antes que fossem extirpadas pelo pensamento científico e tecnológico, este principalmente, que Heidegger acha que destruirá a civilização. Uma bobagem, um "nazismo particular", na frase precisa de seu inquisidor francês, em 1945, e que Arendt, judia, resolveu relevar, em parte pela referida paixão, em parte porque é profunda admiradora da filosofia de Heidegger (seu melhor livro, "A condição humana", é influenciado por "Ser e existir", a obra-prima incompleta de Heidegger). Elzbieta Ettinger, uma acadêmica suburbana, escreveu um livro, "Hannah Arendt e Martin Heidegger", cujo principal interesse é que conseguiu autorização dos herdeiros de Arendt para citar suas cartas a Heidegger e de parafrasear as de Heidegger a ela. Só cita o masoquismo sexual servil de Arendt, difamando-a. A história é a que contei acima. O resto é besteira.

"As grandes paixões são raras como as obras-primas." Balzac.

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