terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Inferno Lírico de Badou Sarcass XI






Não me cobrem versos cálidos ou
Palavras suaves sobre uma vida feliz.
Eu não posso! Eu chafurdo na lama,
Na poeira que me faz humano, no sopro
Do nada que constrói meu ser.
Há muitos que cantam o pôr-do-sol,
É preciso que alguém cante o chão.
Não quero colecionar sorrisos imbecis
Para mostrar o quanto valho.
Não esperem um hálito fresco
Desta boca que cheira a merda.

sábado, 10 de dezembro de 2016

TORRENT - O SÉTIMO SELO: uma confissão com a Morte


ANTONIUS BLOCK: Eu quero confessar o melhor que eu posso...Mas meu coração é vazio. O vazio é um espelho. Eu vejo meu rosto... E sinto delírio e horror. Minha indiferença aos homens fechou-me totalmente. Eu vivo agora em um mundo de fantasmas... um prisioneiro em meus sonhos.
MORTE: Ainda assim, você não quer morrer.
ANTONIUS BLOCK:  Sim, eu quero.
MORTE: O que você está esperando?
ANTONIUS BLOCK: Conhecimento.
MORTE: Você quer uma garantia.
ANTONIUS BLOCK: Chame o que você quiser. É tão difícil conceber Deus com os sensos de uma pessoa? Porque ele tem de se esconder numa neblina de vagas promessas e milagres invisíveis? Como iremos acreditar nos que acreditam quando não acreditamos em nós mesmos? O que será de nós que queremos acreditar, mas não podemos? E quanto àqueles Que não podem ou não irão acreditar? Porque não posso matar Deus dentro de mim? Porque ele vai vivendo em um sofrido e humilhado jeito? Eu quero tirá-lo do meu coração... Mas ele ainda continua uma realidade assustadora que eu não posso me livrar. Está me ouvindo?
MORTE: Estou te ouvindo.

ANTONIUS BLOCK: Eu quero conhecimento. Não crença. Não suposições. Mas conhecimento. Eu quero que Deus ponha sua mão, mostre seu rosto, fale comigo.
MORTE: Mas ele é mudo.
ANTONIUS BLOCK: Eu choro para ele no escuro, mas parece não ter ninguém lá.
MORTE: Talvez não tenha ninguém lá.
ANTONIUS BLOCK: Então a vida é um terror sem sentido. Nenhum homem pode viver como a Morte e saber que tudo é nada.
MORTE: A maioria das pessoas não pensa nem na morte ou no nada.
ANTONIUS BLOCK: Até que eles chegam ao final da vida e veem a escuridão.
MORTE: Ah, esse dia.
ANTONIUS BLOCK: Eu percebo. Devemos fazer de nosso medo, um ídolo... e chamá-lo de Deus.
MORTE: Você não é fácil.
ANTONIUS BLOCK: A Morte me visitou essa manhã. Estamos jogando xadrez. Esse adiamento me permite fazer uma tarefa vital.
MORTE: Que tarefa?
ANTONIUS BLOCK: Minha vida inteira tem sido uma procura sem significado. Digo isso sem amargura ou auto condenação. Eu sei que é o mesmo para todos. Mas eu quero usar meu adiamento para uma ação significante.
MORTE: Então você joga xadrez com a morte?
ANTONIUS BLOCK: Ele é um tático bem habilidoso mas ainda não perdi uma peça.
MORTE: Como você pode ganhar da morte?
ANTONIUS BLOCK: Com uma combinação de bispos e cavalos. Irei quebrar seu flanco.
[A morte até então de costas, se volta]
MORTE: Eu devo me lembrar disso.
ANTONIUS BLOCK: Traidor! Você me trapaceou! Mas vou arranjar um jeito.
MORTE: Continuaremos nosso jogo nos dormitórios.
ANTONIUS BLOCK: Essa é minha mão. Eu posso movê-la. O sangue está pulsando em minhas veias. O Sol ainda está em seu apogeu e eu, Antonius Block, estou jogando xadrez com a Morte!

Confira o vídeo da confissão!
Quer assistir o filme? Eis aqui o Torrent

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A obra prima de Mussorgsky



Quadros de uma exposição (1873) de Modest Mussorgsky, com a orquestra filarmônica de Viena sob a regência do grande maestro Gustavo Dudamel. Uma dos grandes registros  dessa obra tão importante da música moderna. 

Segundo Otto Maria Carpeaux "são peças poéticas, realistas, humorísticas ou patéticas, de linhas melódicas originalíssimas, ritmos irresistíveis, modos estranhos como saídos da memória atávica da gente russa". 

Vale lembrar que os "Quadros de uma exposição" foram compostos inicialmente para piano. Só muito mais tarde o compositor Maurice Ravel fez a orquestração da peça.


Enjoy it!



segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Infinito atomístico

... O defeito que vemos, em algo que é, é o resultado de que esse algo não é tudo o que é. Deus é ainda mais real do que o homem; até mais real que a matéria; pois Deus, com todos os seus poderes, em todos os instantes, é imortalidade em ação.
"Santo Tomás de Aquíno", G. K. Chesterton; pag 150

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