sábado, 6 de agosto de 2011

O Inferno Lírico de Badou Sarcass III



(ou o cantor de silêncios)

Não! Enganam-se todos, estou lúcido. Se agora pereço, é por amor à vida.

Minha loucura não é de hoje, é de sempre. Portanto, calem-se!

Sou uma inexistência sóbria, o preferido dos deuses de minha timidez.

Se invoco a verdade, é para provar que ela não existe.

Se clamo por justiça é para dizer que não pertenço a este lugar.

Estou farto do mortal e dos mortais...

Desse maniqueísmo frio do qual sou fruto.

As ciências tudo me dizem, mas eu nada entendo.

Há uma vontade desesperada de gritar,

O grito infinito, o grito de deus.

“Ah Badou, se pudesses...

...mas teu cantar são silêncios.”

E-Book: "A Vida Intelectual" de Antonin-Gilbert Sertillanges



Grande livro do padre Antonin-Gilbert Sertillanges (1863 – 1948). Uma magnífica reflexão acerca do papel do pensamento e do pensador no mundo. Segue um trecho e, logo depois, o link para download:

Eis-me aqui, homem do século XX, contemporâneo dum drama permanente, testemunha de
confusões como porventura o mundo nunca presenciou desde que os montes surgiram e os
mares foram atirados para seus antros. Que fazer por este século arquejante? Mais do que
nunca, o pensamento espera pelos homens e os homens pelo pensamento. O mundo corre
perigo por falta de máximas de vida. Encontramo-nos num comboio que desfila a toda a
velocidade, e não há sinalização, nem agulheiros. O planeta não sabe para onde vai, a sua lei
abandona-o: quem lhe restituirá o seu sol?

O que digo não visa a estreitar o campo da investigação intelectual, nem a confiná-lo no
estudo exclusivamente religioso. O decurso do livro o mostrará. Já disse que toda a verdade é
prática, que toda a verdade salva. Mas indico um espírito, e este espírito exclui qualquer forma
de diletantismo.
Exclui também certa tendência arqueológica, certo amor do passado que se desinteressa das
dores actuais, certa estima do passado que parece ignorar a presença universal de Deus. Nem
todos os tempos valem o mesmo, mas todos os tempos são tempos cristãos, e há um que para
nós e praticamente os ultrapassa a todos: o nosso. Para ele são os nossos recursos nativos, as
nossas forças de hoje e as de amanhã, e por conseguinte os esforços que lhes devem
corresponder. Não nos assemelhemos aos que dão sempre a impressão de pegar às borlas do
caixão nos funerais do passado. Utilizemos, como vivos, o valor dos mortos. A verdade é
sempre nova. Todas as virtudes antigas querem reflorescer, exactamente como a erva da
madrugada beijada pelo orvalho. Deus não envelhece. É mister ajudá-lo a renovar, não os
passados enterrados, nem as crónicas extintas, mas a eterna face da terra.

Clique Aqui para download do livro

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