terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O Inferno Lírico de Badou Sarcass XI






Não me cobrem versos cálidos ou
Palavras suaves sobre uma vida feliz.
Eu não posso! Eu chafurdo na lama,
Na poeira que me faz humano, no sopro
Do nada que constrói meu ser.
Há muitos que cantam o pôr-do-sol,
É preciso que alguém cante o chão.
Não quero colecionar sorrisos imbecis
Para mostrar o quanto valho.
Não esperem um hálito fresco
Desta boca que cheira a merda.

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