terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ninfomaníaca, ou o sexo como inferno




Assisti no último do domingo ao novo filme do diretor dinamarquês Lars von Trier, "Ninfomaníaca". Trata-se de um excelente filme. É um dos únicos dois filmes que conheço (o outro é "Shame", de Steve McQueen) que trata o sexo não como uma panaceia redentora e sim como o INFERNO que ele é.

No filme, Joe (personagem vivida por Charlotte Gainsbourg), uma ninfomaníaca que vive a consciência de sua tragédia, conta sua história para um velho que lhe oferece ajuda. Ela, mesmo de uma perspectiva "não-religiosa", insiste em considerar-se uma pecadora; uma pessoa má. Conta suas "aventuras": a amizade com pai; os amantes; as feridas que provocou. Sempre com a consciência do "vício" e da impossibilidade de lutar contra a vontade cega que lhe tirava qualquer possibilidade de controle. 

Impossível não relacionar a personagem principal do filme aos personagens esmagados pelo vício e pela culpa que aparecem nos romances de Dostoiévski. Impossível não lembrar de Marmeládov e seu alcoolismo suicida. 

Ao contrário do que pensam alguns progressistas, o sexo não liberta, mas sim escraviza e, no extremo, desumaniza. 


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