quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Os marxistas sebentos e os ricos fedorentos I



Se quiséssemos delimitar num campo linear, muito simples e primário, os dois grupos que são a causa da intranquilidade social dos países livres ainda retardados em seu progresso, diríamos que, de um lado, estão os ricos fedorentos e, do outro, os marxistas sebentos.


Os ricos fedorentos são um grupo poderoso, mas cada vez mais reduzido na arejada sociedade moderna; são as últimas perpétuas-fétidas de um buquê de hienas humanas já atirado à vala comum da História. Eles herdaram todos os aleijões do feudalismo; com a boca torta dos vícios do velho capitalismo e a fuça dentuça  de sua cupidez egoística, esses malcheirosos empatacados constituem o restolho de horrores de que ainda vivem os saltimbancos comunistas e seus variados amarra-cachorros, são o Belzebu de ouro e azinhavre que os insinuantes doutrinadores vermelhos, em suas cátedras ou livrinhos-de-bolso, utilizam como burrinhas-de-padre para espantar gerações ingênuas de suaves idealistas, e até para amedrontar curas e outros homens piedosos.

Por causa da existência desses brontossauros remanescentes de um capitalismo retrógrado: - que são contrários à livre concorrência; que querem lucros acima da razoabilidade dos seus investimentos; que consideram os impostos uma violentação da sua oportunidade de amealhar mais proventos; que ludibriam a nação financiando leis e campanhas contra o capital de outras origens que venha ameaçar a sua posse mansa e tranqüila de donatários da capitania do mercado brasileiro; que levantam em torno de suas empresas as ameias dos exclusivos interesses familiares; que só fazem empreendimentos que dêem dividendos em dinheiro e nenhum em gratidão; por causa deles, é que os comunistas, como Galileus do retrocesso humano,insistem em proclamar a única verdade que lhes resta do que diziam do capitalismo: "Vejam: eles, os monstros, continuam se movendo". - E os usam como justificativa de sua lua contra a liberdade de progredir, contra a liberdade de prosperar, contra a liberdade de produzir, que permitem a cada cidadão capaz ampliar os meios e as condições de seu bem-estar, e também enriquecer a comunidade em que vive.

Agarrados nesses chimpanzés, puxando-os pela cauda, os comunistas e seus serviçais passeiam pelo país afora a sua teoria carrapaticida de eliminação total do sistema que dá ensejo à existência também desses engordados chupins do regime capitalista.

Muita gente fica, por isto,  sem compreender como em tantas ocasiões se entendem afinadamente, dão-se as mãos, oculta ou até abertamente, os comunistas e os tipos de capitalistas que exatamente eles caricaturam. Como todos os sócios eventuais de qualquer trama diabólica, eles se ajudam mas se odeiam, porque cada um sempre receia que o outro o atraiçoe - como já é parte da própria História contemporânea.

Não lhes vendo as caudas entrelaçadas por baixo da mesa, muitos bisonhos espectadores da pantomima não entendem a aparente contradição de certos ricaços e riquíssimos mastodontes que deram, e continuarão dando, certamente, ainda, dinheiro grosso aos comunistas e "nacionalistas" para suas campanhas. Ao fazer isto, esses nababos fedorentos estão apenas seguindo uma linha de sua "política econômica" de, desleal e impatrioticamente, fechar-a-raia para o surgimento de outros empresários ou empresas, mais atilados e modernos, mais bem equipados e decididos, mais ágeis e evoluídos e de avançada compreensão quanto à FUNÇÃO SOCIAL DO LUCRO.

Para não ter que reorganizar, redistribuir, e reestudar continuamente seu negócio ou indústria, para não ter de cansar-se na mesma luta de estar sempre batalhando para a conquista ou manutenção do mercado que, por esperto açambarcamento ou "altas conivências", JÁ ERA SEU, o capitalista-feudal ia e vai até benzer-se com os pais-de-santo comunistas. Estes, em troca de seu apoio e oferendas, lhe dão o jocoso diploma onde, de cabeça pra baixo, vem a palavra favo-de-mel - PROGRESSISTA. E asseguram, então, ao seu sócio de circunstância, alma e entusiasmo "os mais puros", na luta comum pela "libertação nacional", pela elaboração de mais leis espanta-gringo, e pela criação de dificuldades a todos que ameacem a hegemonia daquele donatário-de-capitania nesse ou naquele ramo de negócio.

No fogo de barragem "nacionalista", que lançam para proteger o seu aparentemente esdrúxulo associado, os comunistas estão mais uma vez e sempre apenas cumprindo novos ângulos da sua inarredável e implacável lei de guerra: "Quanto pior, melhor". Pois eles sabem muito bem o quanto ajuda suas tão acalentadas "condições revolucionárias" que haja só um produtor de alumínio, só um fornecedor nacional de zinco, só um grande comprador-exportador de café, só um produtor de determinada fibra sintética ou tecido, ou só um produtor de vido plano. Eles sabem muito bem que qualquer monopólio, público ou privado, de qualquer natureza, ainda que de formicida ou pó mata-rato, é prejudicial à economia de um país e à sua salubridade social.

Por Emil Farhat, no livro O país dos coitadinhos 

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