“(...) os marxistas dizem que esta minoria será formada por trabalhadores. Sem dúvida se tratará de antigos trabalhadores que,
uma vez que se convertam em governantes ou representantes do povo, deixam de
ser trabalhadores e começam a olhar com desdém para a classe trabalhadora desde o ponto de vista da autoridade de estado, pois representam não o povo, mas sim a eles
mesmos e seu próprio desejo de governar os demais. Qualquer um que duvide disso
não sabe nada da natureza humana... Os termos “socialista científico” e “socialismo
científico”, que encontramos
incessantemente na obra de lassalianos e marxistas, bastam para provar que o
denominado governo do povo não será mais que um despotismo sobre as massas,
exercido por uma nova e pequena aristocracia de reais ou falsos “cientistas”. O
povo, inculto, estará completamente isento da tarefa de governar e se verá
forçado a formar parte do rebanho dos governados. Pequena emancipação!... Eles
(os marxistas) pensam que só uma ditadura, a sua por suposto, pode trazer a
liberdade ao povo; nós respondemos que
uma ditadura no pode ter outro fim que perpetuar-se a si mesma, e que não pode
engendrar nada além de escravidão no povo a ela submetido. A liberdade só pode
criar-se a partir da liberdade, ou seja, a partir de todo o povo e pela livre
organização das massas trabalhadoras desde baixo”. ( Bakunin, Estatismo y anarquia. Citado por Leszek Kolakowski em Las principales corrientes del marxismo. Tradução de Badou Sarcass)
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