sábado, 10 de março de 2012

Badou às portas do inferno (ou Epitáfio para a esperança)

A Porta do Inferno – Auguste Rodin – Museu d’Orsay, Paris – foto beatriz brasil


Cá está Badou, com o vento soprando os cabelos.

Um homem cuja solidão violou o sacro tempo,

A quem a loucura tornou um deus de areia.



Sobrevivo ainda, é verdade: até quando?

Reconheço as desventuras, a vontade deles.

Sou Ulysses contra a fúria de um mar cor de vinho.



Minha odisséia urbana, meu tempo perdido:

Ando como um escravo que canta ao pensamento

O coro dos vencidos, suspiros pela pátria usurpada.



Poderá alguém dizer: “acaso deliras?”

Mas, no subsolo, Badou constrói sua torre de marfim,

Brada aos quatro ventos a mediocridade da raça.

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