quinta-feira, 21 de março de 2013

Momento


Um poema de Hélio Pellegrino 


Oh! A resignação das coisas paradas, 
grávidas de silêncio, reverentes, 
em sua geometria sem jactância! 

A placidez das ruas acolchoadas
contra a dura cintilação do dia; 
o recato das árvores, a prece 
das esquadrias de alumínio ionizado 
na fachada do edifício em frente! 

Todas as coisas - em clausura - cumprem votos, 
enquanto a vã filosofia do século 
pensa que move o mundo.

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